terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Re-encontro


Amadas e Amados,


É tempo de festa, vamos festejar, beber, comer, dançar e sentir os cheiros dos mais variados corpos, pois é tempo de contemplar o mundo, o outro e a outra. É URGENTE a necessidade do encontro, encontro com o já reconhecido e o desconhecido, com o mundo, com os sonhos, com as esperanças, é tempo de festejar.


Em 2009 começamos a caminhar, e construir o sonho sonhado a muitos anos atrás, em 2010 continuaremos nosso caminhar. Queremos Ser, com-unidade, para dar continuidade ou descontinuidade a nosso processo de "Refletir acerca da realidade social de mulheres e homens, suas inter-relações, em suas dimensões política , social e histórica, entendendo-as, como realidades constituídas, não como realidades biológicas dadas; Compreendendo a dimensão de Gênero como um elemento fundamental e ordenador da realidade social, com a qual mulheres e homens podem expressar suas visões, concretizar suas ações, enquanto protagonistas de sua história. Com a utilização dessa categoria, gênero, compreende-se que a mulher e o homem são diferentes, mas que tais diferenças não devem justificar as desigualdades criadas ao longo da história que hierarquizou cidadãos e cidadãs, camponeses e camponesas por gênero, classe e raça, criando categorias". Será que é isso mesmo? Que tal re-pensarmos?


Articular e rearticular, essa é a palavra de des-ordem do momento. "Se caminhar é preciso, caminharemos unidos e unidas", as vezes caminhamos por outras estradas, cada um e cada uma de nós, sempre na esperança de nos re-encontrarmos mais adiante, em um belo riacho, de água fresca e cristalina, água que mata a sede e que refresca o corpo. E aí, vamos nos re-encontrar para realizar essa festa no riacho?


Beijos e abraços cheios de saudades.

Gilson Mendes

segunda-feira, 13 de julho de 2009

BINARIAMENTE PENSANDO

Sexo e Gênero são a mesma coisa? Ou cada qual é coisa alguma? Ou ainda, cada alguma é coisa tal?

Pensar em uma divisão sexo/gênero que parta da noção de que o sexo é a unidade natural de nosso corpo e o gênero é a questão socialmente construída reproduz, segundo Judith Butler, in:(Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.) um modelo binário que poderíamos aludir ao par significante/significado, posto pelo filósofo Argelino Jacques Derrida, em seu movimento de desconstrução. Uma discussão realizada por Butler é sobre em que medida a distinção sexo/gênero é arbitrária. É o que questiona a autora quando afirma: “Talvez o sexo sempre tenha sido o gênero, de tal forma que a distinção entre sexo e gênero revela-se absolutamente nenhuma” (BUTLER, Problemas de gênero. 2003, p. 25).


É interessante pensar uma confrontação entre o argumento de Butler, em sintonia com a desconstrução que Derrida faz em relação ao par binário significante/significado. No fundo temos duas afirmações análogas, entre Butler e Derrida. Para este, “nada escapa ao movimento do significante e, em última instância, a diferença entre o significado e o significante não é nada” in: Gramatologia: (DERRIDA, 2004, p. 27). Nesta concepção, se não existe essa diferença, tudo o que existe é significante.

Enquanto que de um lado, Derrida desmontou a unicidade do signo, realizando com isso uma crítica tanto a metafísica quanto às filosofias do sujeito, do outro lado, Butler desmonta as concepções estruturantes binárias entre sexo/gênero e masculino/feminino. Derrida realiza uma crítica ao vínculo natural entre voz e sentido e entre significado e significante, enquanto Butler, realiza uma crítica ao suposto vínculo natural entre gênero e desejo. O que está sendo negado aqui, é uma concepção de gênero que sugira que o desejo reflete ou exprime o gênero, e mesmo que o gênero reflete ou exprime o desejo. Assim, o gênero funciona como o sentido a ser expresso pelo desejo.

O que aproxima estes dois pensadores é a crítica que realizam à metafísica e a uma suposta existência de uma essência ou substância, alcançável por uma unidade da experiência. Com Butler não alcançamos uma identidade de gênero por detrás das expressões de gênero, entendendo a identidade de maneira socialmente construída. Na comparação com Derrida, não há significado por detrás do significante, logo, o sentido que temos é efeito constituído pelo conjunto dos significantes.

Beijos e boas leituras.
Gilson Mendes

sábado, 11 de julho de 2009

II Encontro.

Olá pessoas,

Como andam os estudos?

No dia 8 de agosto iremos nos encontrar novamente. No primeiro encontro nos organizamos, discutimos nossa proposta, fizemos vários encaminhamentos, começamos a nos conhecer melhor, mas ainda há novas pessoas que chegarão para se juntar a nós.

Agora é hora de começarmos os estudos pra valer... E to imaginando que será bom demais. Aproveitem esse espaço aqui e já vão postando as questões que surgem ai, afinal a temática é pra lá de atual.

Relações de Poder, Corpos Dominados e Corpos Dominadores.


Oque queremos levar para a discussão...


Bibliografia Básica por ordem de prioridades:


1- Visite, revisite, textos, fotos, vídeos e outros meios mais, que você conhece e tem acesso, relacionados a temática do encontro e aproveite para compartilhar com o grupo.

2- Heinrich Kramer e James Sprenger. Malleus Maleficarum. O Martelo das feiticeiras. Tradução de Paulo Fróes. Editora Rosa dos Tempos. (Leia o quanto quiser e puder).

3- FOUCAULT, Michel,; MACHADO, Roberto. Microfísica do poder. 25. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2008. (Soberania e Disciplina).

4- FOUCAULT, Michel,. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 6. ed. São Paulo, SP: Loyola, 2000. 79 p.

5- JAGGAR, Alison M. Gênero, corpo, conhecimento. Rio de janeiro: Rosa dos Tempos, 1997. 348 p. (Apenas Parte I: O Corpo, O Ser. Muriel Dimen. Poder, sexualidade e intimidade. Págs 42 a 61).

6- MURARO, Rose Marie. Textos da fogueira. Brasília: Letraviva, 2000. 191 p. (Textos selecionados).


Pegue aqui a bibliografia... (http://www.4shared.com/file/117464830/741ea8d9/2_encontro_GAGE.html)


Beijos e aguardamos aqui as primeiras questões...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

I Encontro

Olá pessoas queridas,
No dia 20 de junho, neste sábado, no Centro Cultural de Brasília - CCB (L2 Norte, Quadra 603), acontecerá o primeiro encontro deste grupo que há tanto sonhamos e desejamos. Será à partir das 9h da manhã e iremos até as 13h, encerrando com um delicioso almoço, para isso, pedimos que cada um e cada uma reserve aí uma graninha para saborearmos juntos e juntas na mesma mesa.

Neste primeiro momento queremos explicitar nossa proposta de reflexão e temas para todos os nossos encontros, por isso, é fundamental sua participação, para que possamos construir coletivamente uma proposta que satisfaça aos desejos de cada participante. Precisamos pensar e analisar uma sistemática de estudos que nos possibilite uma reflexão de qualidade, garantindo um espaço agradável e aberto para nos expormos e nos confrontarmos.

Gente querida, tragam suas idéias, suas histórias, suas experiências... Venham com vontade de saciar e serem saciados e saciadas em nossas expectativas.

Um grande beijo, já no desejo de encontrar cada ser, para dizer que é um grande prazer, uma grande alegria, e como é gostosa nossa união, afinal, ela é como um banho perfumado... Gostosa é nossa união.

Qualquer dúvida não deixem de entrar em contato.

Gilson

sábado, 13 de junho de 2009

Se a terra é Mãe, mulher, porque Deus é Pai, homem?

"Se reconhecermos, como os povos originários e muitos cientistas modernos, que a Terra é Gaia, Mãe generosa, geradora de toda vida, então devemos a ela o mesmo respeito e veneração que devotamos às nossas mães. Em grande parte, a crise ecológica mundial deriva da sistemática falta de respeito para com a natureza e a Terra.

O respeito implica reconhecer que cada ser vale por si mesmo, porque simplesmente existe e, ao existir, expressa algo do Ser e daquela Fonte originária de energia e de virtualidades da qual todos provém e para a qual todos retornam (vácuo quântico). Numa perspectiva religiosa, cada ser expressa o próprio Criador.

Ao captarmos os seres como valor intrínseco, surge em nós o sentimento de cuidado e de responsabilidade para com eles a fim de que possam continuar a ser a a coevoluir."
Leonardo Boff. (Teólogo, Filósofo e Escritor)

Fonte:http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=39189


Se reconhecemos tudo isso, será que também não deveríamos reconhecer que não existe um criador, mas sim uma criadora? ou ainda que a perspectiva religiosa contempla o masculino como originário de todas as coisas, o que para um cientista é um grande problema, devido a inconformidade epistemica de tal afirmação, com a natureza do que pode ser apreendido empiricamente. Parece estranho utilizar de um recurso cientifico para justificar a naturalização da distinção entre masculino e feminino. Ao contrário essa seria tão somente uma constituição histórico-cultural, utilizando-se de um critério sexual, no entanto esse critério poderia ser outro, por exemplo: Pessoas que tivessem o lóbulo da orelha duro, seriam machos, enquanto que os lóbulos moles, femeas, ora, tal critério seria tão arbitrário quanto o sexual. Então, uma pergunta que muito inquieta é sobre: Porque será que temos tanta necessidade em masculinizar DEUS?

Beijos
Gilson



quinta-feira, 11 de junho de 2009

No princípio era a Mãe, o Verbo veio depois


Como disse Rose Marie Muraro em sua Introdução histórica ao Malleus Maleficarum, de 1484, citanto a pensadora feminista Marilyn French, em sua obra Beyond Power (Além do Poder), On Women, Men and Morals), 1985, "No princípio era a Mãe, o Verbo veio depois". Essa compreensão nos remete a retraçar os caminhos da espécie humana através dos seus mitos. Lembra ela ainda do livro do mitólogo Americano "A máscara de Deus", que divide em quatro grupos, todos os mitos conhecidos acerca da criação, e analisa que esses mitos, que segundo ele correspondem às etapas cronológicas da história da humanidade.

Na primeira etapa, o mundo é criado por uma deusa mãe sem auxílio de ninguém. Na segunda, ele é criado por um deus andrógino ou um casal criador. Na terceira, um deus macho ou toma o poder da deusa ou cria o mundo sobre o corpo da deusa primordial. Finalmente, na quarta etapa, um deus macho cria o mundo sozinho.

Beijos
Gilson

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Vozes Plurais


Simpósio Vozes Plurais – estudos e pesquisas em gênero, sexualidades e intersecções

Convite  para o Simpósio Vozes Plurais – estudos e pesquisas em gênero, sexualidades e intersecções a realizar-se nos dias 18 e 19 de junho, em Goiânia, pelo  PIMEP/UCG, Transas do Corpo e Ser-Tão/UFG . Inscrições de trabalhos até 30 de maio de 2009 no seguinte endereço eletrônico:http://www.vozesplurais.transasdocorpo.org.br

Por favor, pode nos ajudar na divulgação, encaminhando o convite em sua lista. Obrigada
Outras informações:
PIMEP/UCG
telefone 39461068

Grupo Transas do Corpo
Segunda Avenida nº 119 – sala 204 – Vila Nova
CEP 74.643-040  -  Goiânia – Goiás
Fone: (62) 3095-2301   Fax (62) 3095-2304


quinta-feira, 28 de maio de 2009

Estudos Feministas e de Gênero em Brasília: Diálogos Interdisciplinares

APRESENTAÇÃO

O evento Estudos Feministas e de Gênero em Brasília: Diálogos interdisciplinares é fruto do encontro informal de professoras-pesquisadoras, oriundas de diferentes instituições de ensino superior do Distrito Federal, no Seminário Internacional Fazendo Gênero 8 (UFSC/2008). 

Tem como objetivo reunir e ampliar os horizontes das/os estudiosas/os e militantes em gênero do Distrito Federal, bem como contribuir para o aprofundamento e a ampliação dos saberes e das práticas sobre gênero, tanto em termos de produção acadêmica como ativista, em especial nos campos da educação, violência, saúde, literatura, saúde mental, diversidade sexual, direitos reprodutivos, história, diretos humanos, dentre outros. 

Desde a concepção inicial do evento, a ênfase vem sendo dada à perspectiva de rede, seja ela interdisciplinar acadêmica, interinstitucional (em níveis federal e/ou distrital) e não-governamental, o que se manifesta no espaço aberto para iniciativas que contemplem a transversalidade do tema sob essas perspectivas. Ao final do evento, as apresentações e exposições serão sistematizadas e divulgadas em forma de publicação, a qual espera-se que retrate o mapa da riqueza de pensamento e interesses e que venha a ser referência na área.

PROGRAMAÇÃO

Data: 5 e 6 de junho
Local: Pós-graduação da Universidade Católica de Brasília(PRPGP-UCB)
Endereço: SGAN 916 Norte – Av. W5 – Asa Norte – Brasília (DF)

MAIORES INFORMAÇÕES: http://www.ucb.br/generos

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Questões para ir refletindo

O que você diria sobre as duas assertivas abaixo:

"A maior opressão da História não foi a dos escravos, servos ou trabalhadores assalariados, porém a das mulheres nas sociedades patriarcais." (Karl Mannheim)

"A discriminação contra a mulher e o negro no Brasil é socialmente construída para beneficiar quem controla o poder econômico e político. E o poder é macho e é branco". (Heleieth Saffioti)

No dia 20 de junho próximo estaremos discutindo como se dão as relações de poder na sociedade, na tentativa de perceber como se inter-relacionam os corpos dominados e os corpos que dominam. De que forma tem-se criado, no mundo, mas especialmente na América Latina, a mais profunda iniquidade, a de gênero, sendo esta, talvez, a mais oculta e secreta das formas de dominar os corpos que por aí circulam, donde a religião se apresenta como um importante lugar desta profunda desigualdade.

Realizar afirmações são sempre uma problemática, mas aqui nos propomos a apresentar questões para o debate, para o diálogo. É neste diálogo que desconstruímos as relações assimétricas, é nesse diálogo que resistimos e recriamos novas formas de perceber pessoas.

Com carinho.
Gilson Mendes

domingo, 24 de maio de 2009

Bibliografia para nosso 1º encontro...

Olá pessoas...
Aproveito para dizer sobre o nosso primeiro encontro do Grupo de Aprofundamento em Gênero... Muitos desafios se apresentam, mas ansiamos enfrentá-los coletivamente.

Para isso encaminho a bibliografia que desejamos, ser lida até nosso primeiro encontro, que será no dia 20 de junho. Esperamos que todas(os) leiam ao menos a bibliografia básica. O link para o arquivo é: http://www.4shared.com/file/107454440/b94fbd34/bibliografia_GAGE.html

Alguns dos livros indicados já encontram-se disponíveis para download, os demais, mais tardar essa semana próxima também estarão. Vocês podem encontrar tudo no seguinte diretório: http://www.4shared.com/dir/15043130/d33e0f72/sharing.html

Deliciem-se com as leituras. Sintam-se a vontade em fazer suas próprias complementações de leituras sugeridas e não se acanhem em buscar outros textos, experiências, projetos voltados para nossa proposta de reflexão.

Divirtam-se.
Beijos
Gilson Mendes

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Boas Vindas


Olá pessoas,Sejam todas/os bem vindas/os.

Este é o espaço virtual do Grupo de Aprofundamento em Gênero, que se reune em Brasília/DF. Será nosso espaço de publicação inicial das discussões produzidas por nossos estudos e compartilhamento com todas/os interessadas/os no assunto, que aqui poderão realizar suas críticas e sugestões, além de ter acesso a todo o material produzido.

Beijo Grande
GAGE - Grupo de Aprofundamento em Gênero.